segunda-feira, 19 de março de 2012

¿Cómo estás, Juanita?

Juanita,

Pajarito de canto dulce, mariposita roja, mariquita sin alas.
¿Cómo está todo por ahí?
También llueve en las almas?
Acá el día amaneció ceniza, xôxo xôxo...
(Xôxo pode ser uma coisa pequena, também designa uma pessoa pequena, criança sub-nutrida e de baixa estatura, fruta que não se desenvolveu totalmente mas ficou madura, como cajús , abacaxi , etc.
ou Beijo estalado; beijoca.)
Decerto o dia não despertou com uma beijoca, menos ainda sou fruta. Dizem que tenho cara de caju. E você, que fruta seria?
Nesses momentos de baixas temperaturas internas, nada como um bom livro, café, um papo com amigo, uma criança, um passarinho. Conversei com uma amiga, que está longe e sempre perto, Pepê, sempre me lembro do edredon cor de chiclete que dividíamos na casa verde do grande coração. Lembro também quando atravessando a poça, visitamos o centro noturno do Rio, boteco indicado pelo jornal, entre ruas estreitas, um achado de portuga (se não falha a memória) simpático e oferecedor de boas pingas! Pois ela, saiu de Sampa, voltou para a casa dos pais por trabalho e agora querem que ela volte à capital. Está se sentindo uma hippie urbana, em busca de um lugar que ama, que se sente ela, e que é mesmo a sua cara. A dela. Disse-lhe que é bom romper com a comodidade sempre que possível para viver em um ambiente que trará mais conhecimento, alegria e..pq não..amor! Mas acabo de me lembrar que não existe amor em SP...
E cá na maravilhosa, existe, Juanita?
Y tu bueno corazón, y tus alumnitos, tus clases, ¿como están?
Tan gran persona eres, mismo tan pequetita...
Juanita, ¡tu estrella brilla!
Amiga león del sol, nos ilumine com seus raios esta manhã!

Besos fríos,
Aline.

domingo, 27 de janeiro de 2008

Cabo Frio, 27 de janeiro de 2008.

Querido Lucas,

Estava calorosamente lendo "Cartas perto do Coração", de Fernando Sabino e Clarice Lispector.
É um livro ótimo. É muito bom poder ler o outro lado da minha (a pretensão do possesivo!) amada Clarice e descobrir um Sabino até então desconhecido. Recomendo-lhe muito. São cartas trocadas enquanto ela vivia fora do país.
Para essas férias, é um perfeito momento de reflexão, tão prazerosa que me penalizo por tantas vezes trocá-lo pela sempre presente preguiça!
Acontece que falo, falo e o porquê deste blog (ai, os estrangeirismos...) não revelo. É que lendo certa carta percebi um humor irônico-triste, não sei, mas um tom poético assim, que me lembrou você. E não quero me comparar à Clarice (seria como dar a um bagaço de limão o título nobre de limonada suíça!), mas pensei cá com meus botões (deste pijama que não os tem) que me felicitaria muito poder escrever “cartas virtuais” a você. Como aqueles papos que tínhamos, e que se perdem pelo buraco negro da Internet. Aqui eles ficariam guardados.
Mais nova eu trocava muitas cartas e fazia amizades com pessoas também. Era uma alegria imensa a chegada das correspondências e aflita a espera.
Não vejo melhor forma e melhor pessoa para sentir essas preciosidades e compartilhar as surpresas e magias desse mundo cada vez mais internético e prafrentex!

Com todo carinho da prima

Aline.


Uma carta do cazuza dizia mais ou menos assim “escrevo numa tarde cinzenta e fria. Escrevo para espantar a solidão dos meus pensamentos”.
A tarde cabofriense hoje está assim.
O peito dessa que voz fala, também.